Semana passada, durante um atendimento, conversava com um paciente falando sobre a motivação da mudança dele.
Dentre tantas pessoas que passam pelo meu consultório, a maioria compartilham um padrão semelhante: mudam na ânsia de que o outro mude. O foco da mudança, lá no fundo, esta na mudança do outro!
Quando essa mudança da outra pessoa não acontece, os pacientes retornam as sessões desolados, inconformados, desistindo de suas reformas interiores, menosprezando seus progressos.
Me veio uma reflexão muito pertinente em um dos meus atendimentos com essa dinâmica: se um dia formos para uma casa de praia com várias outras pessoas, familiares e amigos, todos juntos neste ambiente... e no dia seguinte eu acordo cedo, mas os outros demoram... uns acordam em seguida, outros bem mais tarde... vou ficar criticando essas pessoas? Vou ficar falando que elas estão erradas por demorarem mais pra acordar?
Não faz muito sentido né?! Afinal, cada pessoa é diferente, tem uma necessidade de sono, tem hábitos diversos... e não é por isso que uma esta mais certa que a outra.
Se quero que o outro "acorde" porque eu já "acordei", será que vale a pena eu ficar brigando com ele? Será que se eu sair pela casa batendo as panelas, as pessoas irão ficar felizes em ser "acordadas" assim?
Ou será que posso fazer diferente... ao invés de forçar algo, de criar expectativas irreais e depositar a responsabilidade nos outros, será que posso despertar e respeitar as pessoas? Talvez ir a cozinha e preparar um "café" e, assim, o cheirinho entrar no quarto e ir acordando aos poucos, de forma gostosa, cada um... bem no sentido mesmo da minha mudança ser refletida no outro... eu mudo, as pessoas percebem a mudança, percebem a evolução, percebem o quanto estamos bem, felizes, em paz, e assim a partir desse "cheirinho" também resolvam mudar, se sintam motivadas a "experimentar" este "café"...
Vale a pena pensar sobre isso... o que motiva sua mudança? Você quer mudar por você ou pelos outros?