Cuido de todo mundo mas ninguém cuida de mim...
Uma das questões que me deparo diariamente no consultório é essa: "cuido do outro, faço para o outro, mas ninguém faz para mim [nem eu mesmo]".

Como estamos nos tratando? Como permitimos que os outros nos tratem? Devemos nos fazer essas duas perguntas todos os dias como forma de nos policiar e refletir nossas relações.
Primeiramente, quando somos adultos, NÓS cuidamos de nós mesmos. Não precisamos do outro para nos cuidar, nos policiar. Essa é a postura infantil, que se não estivermos atentos, domina nosso funcionamento. E aí passamos a acreditar que o outro nos deve, que o outro tem que fazer por nós.
Se cada um esta no seu adulto, não precisamos que o outro nos cuide, e assim ninguém estará negligenciando seu auto-cuidado. Mas se deixo de me cuidar para cuidar do outro, tenho que me perguntar: o que me motiva a cuidar tanto do outro a ponto de esquecer de eu mesmo?
Outro ponto importante que trabalho com meus clientes quando chega esse tipo de demanda é sobre os casos em que o "cuidar do outro" é necessário, mas precisa haver o equíbrio na troca, na relação (falei mais sobre isso no post de ontem, sobre a LEI DO EQUILÍBRIO).
Todas as relações são trocas, senão, quem só "recebe" se sente em dívida e a partir daí sintomas começam a aparecer numa relação, que podem levar até a uma ruptura. Outra questão: para dar para o outro, preciso ter primeiro, preciso ter dado primeiro para mim, pois não consigo dar para o outro algo que não tenho (e incrível que continuamos a querer acreditar nisso, que somos capazes de dar sem ter).
Olhe para VOCÊ! Cuide de VOCÊ! Olhe para sua criança interior e veja a falta que ela tem, e você, como adulto, dê para ela tudo isso! Se cada um de nós fizer a nossa parte não fica pesado para ninguém... mas querer abraçar o mundo e achar que tem que cuidar de todos, a ponto de esquecer de si, isso não é saudável - pra nenhuma das partes.
#rotina #autocuidado #constelação